A salvação de certas almas penadas fica as vezes, na dependencia do sacrificio de inocentes...
O caso remonta a 1940. Ana vivia em Caricé, municipio de Vitória de Santo Antão, em Pernabuco, e ali conheceu Moacir , senhor dp engenho Serra Grande e com ele se casou. apos o enlace, numa tarde, Ana foi arrancada dos seus afazeres por uma tremenda noticia que lhe foi dada por um empregado aflito:
- Dona Ana !Dona Ana! Uma tragédia aconteceu...Seu merido acabou de ser assassinado no Engenho, por um colono...
Foi, realmente, uma noticia chocante. Moacir fora morto a facadas por um desafeto!Em qualquer circunstancia, uma notícia dessas causaria profundo impacto, e no caso de Ana havia um agravante:ela estava grávida!
Graças ao seu ânimo forte, dona Ana conseguiu superar o duro golpe.A criança nasceu e ela continuou morando no caricé, sabendo encontrar na companhia do filhinho um consolo para a saudade do esposo desaparecido.
Passaram-se poucos anos...Numa noite,era mês de março tudo na casa era silêncio e dona Ana dormia num quarto ao lado do filho quando foi acordada por gritos angustiados:
-Mamãe!Mamãe!
mais que depressa, Dona Ana correu para junto do filho e foi encontra-lo sentado na cama, olhando para um canto do quarto.
-Que foi, meu filhinho?Que foi?
- Ali.Ali naquele canto...
Não vejo nada ali, meu filho,Oque que é que você está vendo?
-Um padre, mamãe!Um padre muito feio.Ele quer me levar...
mas tem um cachorro que bota fogo pela boca e pelos olhos e não deixa ele vir para cá.
-Mas meu filho, eu não estou vendo nada disso...
-O padre está batendo nos cachorros com uns cordões...tá querendo que o cachorro vá-se embora pra ele vir me buscar...Não deixa não mãe!
Dona Ana procurou por todos os meios acalmar o menino, mas ele continuou agitadissimo, repetindo sempre a mesma historia.Só a muito custo, depois que ela o levou para deitar-se na sua cama, foi que o menino se aquietou.
Na noite seguinte a mesma cena se repete já gora com apresença de visinhos, já que Dona Ana estava receosa de ficar na casa sozinha.
-Olha mãe ali mãe!
_Mas onde meu filho que ninguem está vendo?
-Ali mamãe naquele canto!E o cachorro está lá tambem botando fogo pela boca e pelos olhos!Dona Ana desta vez não insistiu muito levando o menino para cama protegendo-o com seus braços.
Na manhã seguinte cheia de apreenções foi procurar o vigario do lugar o bondoso padre Ambrósio, e lhe contou o que estava acontecendo naquela mesma tarde o padre visistou a casa de D.Ana aspergiu água benta em todos os cantos da casa de D.Ana rezou varias orações e foi-se embora deixando a sensa ção de que nada mais aconteceria po ali. Esperança vã!Naquela mesma noite a experiência se repetiu mais terrivel e aterradora.
-Mamãe, mamãe olha o padre ali!Ao ao perceber que os fenômenos iam recomeçar donaAna reuniu todas as forças e resolveu interpelar o fantasma que só o menino via.
-Quem é você?Quem é você e o que qer aqui?
Não tardouque uma voz terrivel, áspera, amedrontada. viesse do canto do quarto:
-Eu sou um padre que viveu na Paraiba e que morreu há dois anos.
Em vida fui desonesto cheio de vicios.Por isso estou aqui sempre acompanhado pelo demônio que quer me levar para o inferno.Só hei de descansar se levar sete anjinhos para o céu.Por isso [é que preciso desse menino...
Em seu assombro, D Ana pôde anda reunir coragem para dizer
-Vá se embora daqui padre!Deixe meu filho em paz! Eu prometo mandar rezar sete missas em intençaõ a sua alma.
Sem responder se aceitava ou não, o fantasma desapareceu.
No dia seguinte, sem demora, D.Ana começou a cumprir sua promessa e mandou rezar a primeira missa.Os dias foram passando, ela fez cumprir o acordo e tudo pareceu voltar à normalidade.
Entretanto, duas semanas depois sem que ninguem pudesse encontra razão, misteriosamente o pobre menino morria, levado decerto, pela alma endemoniada do padre da Paraiba.